segunda-feira, 25 de outubro de 2010

POENTES

De poentes de ígnea cor ando à procura
e vou colecionando, apaixonada:
hontem, hoje, amanhã, sempre encantada…
é quase uma ansiedade, uma loucura!

Adoro ver surgir a noite escura,
a esfolhar luz por suas mãos de fada:
luz a morrer, em pálida e doirada
agonia de cor e de amargura!

Poentes, em adeus, da minha terra,
de trágico fulgor, de tintas mansas,
sois em mim, como em álbum de lembranças!

Quanta ansiedade a vossa luz encerra,
quanta doçura e mágoa indefinida…
A vossa morte é a minha própria vida!

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