segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PAISAGEM DE ALMA

Além dos limites que a Vida marcara,
uma nuvem de pasmo se ergueu
na bruma longínqua:
contornos incertos… imagens de fumo…
Em dissonâncias vagas de espanto,
num fundo sombrio de som musical:
- «crescendo» de anseios e longos murmúrios –
lateja no espaço riscado de lumes…
Olho esta paisagem de Alma em tempestade,
assombrada de negros presságios:
infindável planície, árida, selvagem,
estagnada de cismas e vozes dormentes
que vêm dos longes, em vagos mistérios,
jamais entendidos,
jamais descobertos,
na minha inconstância;
alheios de mim…
Povoada de sombras, confusas, errantes,
minha alma anoitece…
E é tarde, bem tarde, já tarde, na Vida!

Sem comentários: