terça-feira, 22 de março de 2011

LABAREDA

Desdobro-me no tempo e na paisagem,
e, além, o meu olhar se perde e se extasia
tanto de mim crepita na estiagem
metálica de sol… da luz do dia!
Pairo em longes… contemplo o meu perfil
que se deslumbra, em fogo, na poeira,
num sonho bárbaro e febril,
onde palpita, em luz, a terra inteira!

Trago em mim o passado mais remoto!
Bronzes de outrora, em cava ressonância,
vibram no meu cismar, confuso, ignoto,
em símbolos esparsos na distância!

E eu, incerta, procuro
o meu princípio e fim: tudo ilusão
que se confunde e enreda…
E o facho luminoso do Futuro
da Terra faz surgir meu coração,
em chama eterna, fulva labareda!

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