quarta-feira, 23 de março de 2011

TARDE MORTA

Nuvens turbam o céu… o sol as doira
no seu adeus à Vida, adeus de luz!
Arde em meu coração uma tristeza moira,
que deixa, na minha alma, a sombra duma cruz…
Choupos ascendem sempre… vão rasgando
os véus da tarde morta;
(a que vaga paragem
meu sonho indefinido me transporta?)
Um soluço abafado anda na aragem;
Vozes falam de Além, de quando em quando…
e, na tristeza imensa, que me invade,
- tristeza vã de Outono –
neste langue abandono,
eu não sou mais que uma saudade,
por mim própria chorando…

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