quarta-feira, 18 de maio de 2011

DE OLHOS RASOS DE ÁGUA

Trouxeste aos meus olhos
a vaga indecisa
que a dúvida empresta
na hora precisa.
E arderam restolhos
na seara colhida
numa despedida
de sonho que resta!
Depois, no pousio
abriram papoilas
como lantejoulas
vermelhas! No rio
de pena que escorre
em tempo de espera,
se alguém nos esquece
jamais acontece
outra primavera
no todo que morre.

E fiquei parada
na curva de mágoa
sem flores, sem nada…
de olhos rasos de água!

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