terça-feira, 24 de maio de 2011

NOVAS ERAS

Meus olhos de poeira abrem no espaço
esfíngicas, sonâmbulas quimeras;
a minha sombra enterro a cada passo
e avanço em novas eras!
Perdido na penumbra, o pensamento
por sobre névoa densa abre clareiras;
como o fulvo reflexo das fogueiras,
ateadas pelo vento,
rasga em visões de incêndio o nevoeiro!
e funde-as em delírio na memória
o todo que era dantes:
no limite vulgar da minha história
que nem tento esquecer: tudo se perde
ante a planície verde
dos meus olhos distantes!
Ultrapassando o curso que foi dado
ao meu espaço vital, impaciente,
não me resigno ao círculo marcado:
Vou além do que a vida me consente!

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