quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

RESSURREIÇÃO

      Todo o sangue subiu aos ramos nas olaias,
      Todo o meu sangue me floriu no coração.

                    ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO

Depois da chuva, a tarde sonolenta
abrira numa curva luminosa!
e, na seda molhada e pardacenta
da terra, havia sombras cor de rosa
que as olaias manchavam com seu manto,
todo a diluir-se pela chuva mole…
e havia em cada ser, um ar de espanto,
e, em cada gota de água,
novo raio de sol!

Doce tristeza
de coisas já delidas na distância
vogava no ar… vogava em mim, acesa…
e a poeira astral dos tempos idos,
a poeira de oiro da minha infância,
solta a um vento de Outrora,
embriagava de sonho os meus sentidos…
e era, outra vez, aurora!

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