terça-feira, 12 de julho de 2011

BRUXAS

Agoiros negros, flutuante imagem,
vagam no meu constante pesadelo,
suas leves roupagens
confundem-se nos troncos, nas folhagens,
e ante os meus olhos passam, de atropelo,
vagas sinistras… Longe, a lua acende
um lampadário mágico, profundo,
sobre o “requiem” das minhas alegrias:
como lágrima enorme que suspende
o silêncio do mundo!
Amaldiçoada, cumpro, a indefinida
e estranha penitência dos meus dias,
até ao fim da Vida!
E as borboletas negras esvoaçando,
bruxas da minha escuridão eterna,
rompem de encontro à lua, no minguante,
em um voltear constante,
ou procuram reflexos na cisterna
da minha alma… vão sobre mim tombando…
Surgem dos longes num bailado etéreo,
e pousam no brocado
do remorso escarlate:
em símbolos de agoiro e de pecado!
Penitência de assombro e de mistério…
alucinadas, trágicas suicidas
buscam a luz que as mate!
Fantásticas, imensas…
emigrantes da noite, espavoridas,
que roçam no meu corpo de presenças
De horror, desconhecidas!

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