quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ÀQUEM

Os meus olhos, ao largo do horizonte,
perdem-se em vão anseio de Infinito!
Tudo é estéril tristeza! E, ao vento aflito,
desoladoramente, inclino a fronte!

Nem o clarear dum gesto que me aponte
o terminar da noite em que me agito;
sem que, da noite, enfim, se solte um grito,
sem que a luz dum milagre, enfim, desponte!

Sei, apenas, que vivo, porque existe,
sangrando, no meu ser, esta amargura,
que jamais me abandona: em mim persiste…

Vai mais longe que os longes da Planura
o meu olhar nevoento e vago e triste,
sempre àquem do que sonha e que procura!

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