quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ELEGIA

À memória querida do meu Avô
Aberto Osório de Castro

Partiu contigo, Avô, toda a beleza,
que, em teu espírito, alada, resplendia:
fui o vitral, ao sol, que a reflectia,
confusamente, em pálida incerteza!

De ti vinha a Poesia!

Teus versos, que sonhavam primaveras,
tinham a luz das asas das Quimeras;
doiravam-me de sonho a natural tristeza!

Mas, não morreste, não! Eternamente,
o teu anseio eleva-se mais forte:
é Vida a perpetuar-se, além da Morte!

Mas, eu naufrago no meu sol-poente!

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