quinta-feira, 16 de junho de 2011

BAILADO DE SOMBRAS

Caíram num pretérito infinito
folhas mortas que há pouco deram vida
tão presentes de Outono!
E o vendaval renova-se, medonho!
deixa uma longa estrada interrompida,
quebra o último sono
a espada do seu grito
à minha alma interdita a qualquer sonho!
Sou árvore despida,
corpo de gelo
que se recorta em horizonte morto,
erguendo ao Céu os braços, num apelo,
que se funde no Tempo! Em meu olhar absorto
um bailado de sombras se avoluma…
pisa lembranças… No primeiro plano
ergue um momento à Dor…
que logo apaga e esfuma!
Eterno, desumano,
dramático esplendor!

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