segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CANTILENA

Que desperdício de Vida
fui deixando na distância
da minha vida parada…
da minha vida negada
já desde os longes da infância!

De encontro à esquina da Vida
quebrou-se a taça florida
do meu vinho transparente,
ambarino e reluzente,
que se entornou de repente!
Ficou na cinza apagada
a parte que me cabia:
o rescaldo da queimada…
sabor de melancolia!

Que desperdício de Vida,
a divagar, sonolento,
nos voos tristes do vento,
por campos vãos de abandono,
ante a minha alma dorida
que se arrepia de Outono!

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