domingo, 13 de fevereiro de 2011

NINGUÉM

Meu corpo funde-se em poeira espessa,
no cilício doirado dos restolhos!
A cor de azinho, fusca, nos meus olhos
tem reflexos de sol! Que me entonteça
esta vaga mourisca, sonolenta,
em desânimo a arder pela estiagem…
que minha alma sedenta
nos pegos mate a febre da paisagem
e se afogue no tédio que a alimenta!
Esqueça, em horas mortas de «solina»,
a sua humana forma, e acorde, além
do crepúsculo em fogo que a domina,
e onde será: Ninguém!

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