quarta-feira, 23 de março de 2011

CASTIGO

Pesa-me a sombra do poente exausto,
vencido pela treva:
Há nesse fogo extinto um bruxulear de fausto,
um apagar de vida que nos leva
à Morte! um vão desânimo profundo,
um desânimo estranho:
pena que vai até ao fim do Mundo,
e é dura e triste como o Santo Lenho!
Pesa-me a angústia do passado morto,
sob a noite profunda que asfixia
o que resta de luz! que desconforto
este acabar… este morrer do dia!

Anoiteceu…anoiteceu dentro de mim…
Pressinto… sei que esse negror eterno
jamais há-de ter fim!
E é este o meu castigo e o meu inferno!

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