Senhor!
Há qualquer coisa ainda que alumia
meu espírito cativo; que levanta
a minha alma de abismos insondáveis,
onde ficara inerte:
Qualquer coisa que salva a minha ideia
de se apagar na treva!
Levanta-me, Senhor,
da berma do caminho
em que ficou sepulta a minha cruz!
Sou ferida de morte
pela vida negada de ilusão…
Sou o grito selvagem de revolta,
duma eterna fogueira crepitante
sem extrema-unção de paz,
nem bênção de perdão:
escrava de ansiedade
e faminta de sonho!
Há uma força divina que amortece
a queda do meu eu,
nos montes escarpados
da trágica paisagem da existência!
Ah, deixem-me gritar a minha dor,
no desolado campo dos lamentos…
a dor sem fim de não saber cumprir:
tragicamente humana!
Estórias do autor
Há 5 dias
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