Riscando a noite, apavorada e funda,
como quem abre e fecha os olhos vagos,
relâmpagos, ao longe, em tremulina,
acendem no cristal verde dos lagos,
farpas de luz! mistério que se afunda
e apaga, de repente, em noite escura
que pesa de silêncio hostil e baço!
Parece que recurva o dorso da colina,
em galope sinistro, apavorante,
o bruxo claro-escuro! (Despedaço
a sensibilidade, a cada passo,
neste riscar de vidro a diamante…)
Chicotadas de fogo, além, no vácuo,
deixam visões suspensas!
O côncavo do céu abafa e aterra!
Cobre a extensão da noite em forro opaco…
e as árvores, imensas,
dão sombras rastejantes sobre a Terra!
Estórias do autor
Há 5 dias
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