segunda-feira, 21 de março de 2011

OUTRO EU

Depois de ter chorado amargamente,
de ter sofrido tanto que pensara
já não voltar à Vida… de repente,
olhando a natureza (que revolta!)
da minha alma que a dor ensanguentara,
um outro eu, partiu à rédea solta,
indomável, bravio,
a respirar a luz daquela hora,
numa provocação, num desafio
à terra em flor, à luz do sol,
erguendo à Vida uma canção de aurora,
na voz do rouxinol!

«Crescendo» musical, em jogos de água,
tão límpido de mágoa!
e sempre em despedida…
e cada vez maior e cada vez mais forte…
já para além da Vida…
já para além da Morte!

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