quinta-feira, 20 de maio de 2010

Flor sem nome

Eis que, na estiagem bárbara, surgiu,
Num canto de jardim abandonado,
Espécie inverosímil de relvado,
Como a graça dum sonho que floriu!

Rasteirinho, tão leve, coloriu
Dum amarelo vivo acentuado
Esse tapete simples, matizado,
Que um não sei quê de vida resumiu!

Foi bem do Céu esta pequena oferta!
«Flor sem nome», que um sopro desvanece…
Mas que perfuma a casa mais deserta!

Quantas vezes, em nós, isso acontece!
Um sonho… uma ilusão que assim desperta…
No coração que, morto, nos parece…

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