segunda-feira, 24 de maio de 2010

Hora de sesta

Hora de sesta… À sombra do montado,
A «malta» adormeceu! Abrasadora,
É a «calma», pelas terras de lavoura;
Secou a ervagem pelo descampado.

E o sobreiral, num prato ensanguentado,
Ergue os braços ao céu! – Nossa Senhora,
Envolve-o nessa mágoa redentora
Do teu olhar de luz abençoado!

O canto das cigarras entontece;
A aragem queima a alma; o sol abrasa;
Nem uma fonte anima esta paisagem!

Hora de sesta! Sombra que entristece,
Lenta, os nossos sentidos… Vida rasa,
Que se consome em chama de miragem…

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