sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ROSEIRA EM FLOR

A minha Mãe

Quisera, minha Mãe, trazer-te, ainda,
um braçado de flores, qual se eu fosse
a sombra da saudade, aquela sombra doce,
que traz ao meu cismar tanta lembrança linda!
Ao ver florir, de novo, esta roseira,
que rimas veste e enlaça,
eu senti, na minha alma, a luz da madrugada
da clara infância que foi oiro e graça,
jardim suspenso sobre a terra inteira,
canção alada…
Tornei a ver-te, Mãe, nova e bonita,
e julguei-me criança, como outrora!
Ah, não poder voltar, ainda, agora,
ao meu bibe de chita!
Como o curso da Vida quer matar
as nossas ilusões,
os nossos corações…
E o Tempo, em sua indiferença, corre…
já florescem, de novo, os laranjais!
e, em nós, saudosa, a primavera morre,
a desfolhar-se em ais…

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