terça-feira, 9 de novembro de 2010

TARDE DE AGOSTO

A própria sombra é quente ainda,
sopram do poente bafos de fornalha;
qualquer coisa distante evoca uma saudade!
A música do «suão», em sua toada ardente,
arrebata a minha alma…
Sombras acordam, nesta luz de brasa,
sombras de Outrora,
sombras, talvez, de mim…
Adeja em febre o espanto das Queimadas,
e, em febre, é o meu cismar, da cor do lume!
Toda eu sou esparsa em longes, soledades,
nesta hora que passa,
nesta estranhesa,
que surge, ao derredor: no ar que se respira,
no «suão» aos ais, na esteva ressequida,
no silêncio do ocaso, todo em cinza…

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