quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TOLEDO

A António Parreira Cabral

Abre o seu leque, em púrpura doirada,
a tarde, sobre a calma do horizonte:
e Toledo recorta-se de fronte,
de mim, como gravura desbotada…

O Tejo, adormecido, aos pés do monte,
- lâmina de aço, curva, cinzelada…-
Espera, pela tarde de balada,
que a Lua surja… poética desponte!

El Greco anda a pintar, na tela imensa,
o perfil da cidade, em forma esguia:
e, ele, em sombra do Tempo se condensa…

O Passado ressurge, ao fim do dia:
tão vivo e tão real como a presença
desta imagem, que é oiro de magia!

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